Atualmente existem muitas lendas em torno das formas de conservação de carne e derivados, que são iniciadas pela ignorância ou simples preguiça de se informar,
Na Internet, especialmente no orkut, eu vejo muita gente falar e/ou acreditar em bobeiras com relação aos modos de conservação de alimentos, especialmente com relação à conservação de carne.
Então, incentivada por essa falta de informação, e por 2 amigos apreciadores de carne, decidi criar um pequeno texto falando de alguns métodos de conservação usados na indústria de alimentos atualmente.
Na Internet, especialmente no orkut, eu vejo muita gente falar e/ou acreditar em bobeiras com relação aos modos de conservação de alimentos, especialmente com relação à conservação de carne.
Então, incentivada por essa falta de informação, e por 2 amigos apreciadores de carne, decidi criar um pequeno texto falando de alguns métodos de conservação usados na indústria de alimentos atualmente.
CALOR
O calor é um método usado não só para conservação de produtos alimentícios como também é uma etapa da produção de determinados produtos e como aproveitamento de carcaças que são “feias” aos olhos dos consumidores que compram carne crua, “in natura” em pontos de vendas, como mercados, feiras e açougues e que são destinadas para produção de derivados cárneos, como frios, embutidos e processados.
O calor, conhecido como tratamento térmico, varia de acordo com o produto objetivado, indo desde um leve e superficial pré aquecimento, até o cozimento ou fervura propriamente ditos.
O calor também é usado como método (eficiente) de eliminação de perigos contidos na carne, sendo esses perigos agentes químicos, como toxinas, físicos e biológicos (organismos patogênicos), e diferente do que a grande maioria das pessoas pensam, as proteínas não são totalmente “destruídas” (desnaturadas é o termo correto), em muitos casos ficam praticamente intactas, pois é preciso temperaturas elevadíssimas para destruir a maioria das proteínas, e isso inviabiliza o alimento de ser consumido.
As conservas feitas de carne, produtos enlatados, etc, passam por um cozimento, ou pré cozimento, para que sejam produzidos e se encaixem nos padrões de qualidade.
Existem diversas denominações para tratamentos térmicos conforme esses tratamentos são realizados, como apertização, cozimento propriamente dito, pré cozimento, tratamento autoclavado, pasteurização, UHT, LTHT, etc.
O calor, conhecido como tratamento térmico, varia de acordo com o produto objetivado, indo desde um leve e superficial pré aquecimento, até o cozimento ou fervura propriamente ditos.
O calor também é usado como método (eficiente) de eliminação de perigos contidos na carne, sendo esses perigos agentes químicos, como toxinas, físicos e biológicos (organismos patogênicos), e diferente do que a grande maioria das pessoas pensam, as proteínas não são totalmente “destruídas” (desnaturadas é o termo correto), em muitos casos ficam praticamente intactas, pois é preciso temperaturas elevadíssimas para destruir a maioria das proteínas, e isso inviabiliza o alimento de ser consumido.
As conservas feitas de carne, produtos enlatados, etc, passam por um cozimento, ou pré cozimento, para que sejam produzidos e se encaixem nos padrões de qualidade.
Existem diversas denominações para tratamentos térmicos conforme esses tratamentos são realizados, como apertização, cozimento propriamente dito, pré cozimento, tratamento autoclavado, pasteurização, UHT, LTHT, etc.
CURA
A cura de carnes envolve o uso de produtos químicos que visam conservar as mesmas, com ou sem uso de frio ou calor, sendo esses produtos: cloreto de sódio (o sal de cozinha), açúcar, nitrito de sódio (o de potássio) e nitrato de sódio (ou de potássio).
A proporção de uso dos mesmos variam de acordo com o tipo de produto ao qual se destina a curagem, mas sempre dentro da legislação para que não provoquem intoxicação e até mesmo morte entre manipuladores na indústria e consumidores finais.
O uso de sais de cura é comum em produtos cárneos como lingüiça (daquelas grandes, de churrasco), salame, carne seca e charque (sendo que carne seca e charque são produtos diferentes).
A cura, além de conservar o produto, ajuda a acentuar seu sabor, ou dá ao mesmo um sabor característico, reduz a chamada “atividade de água” (Water Activity – Aw), impossibilitando a proliferação determinados tipos de fungos e bactérias, dá a carne curada uma cor característica, e também exigida pelo consumidor final.
A proporção de uso dos mesmos variam de acordo com o tipo de produto ao qual se destina a curagem, mas sempre dentro da legislação para que não provoquem intoxicação e até mesmo morte entre manipuladores na indústria e consumidores finais.
O uso de sais de cura é comum em produtos cárneos como lingüiça (daquelas grandes, de churrasco), salame, carne seca e charque (sendo que carne seca e charque são produtos diferentes).
A cura, além de conservar o produto, ajuda a acentuar seu sabor, ou dá ao mesmo um sabor característico, reduz a chamada “atividade de água” (Water Activity – Aw), impossibilitando a proliferação determinados tipos de fungos e bactérias, dá a carne curada uma cor característica, e também exigida pelo consumidor final.
DEFUMAÇÃO
A defumação é um método usado, em produtos que não visam o uso de frio como forma de conservação, sendo comumente usada em peixes, especialmente os salmonídeos (truta e salmão) e carne suína, bem como em queijos e derivados cárneos.
A defumação é feita em locais chamados de “câmaras de defumação”, sendo que no Brasil, a forma de defumação artesanal ainda é bastante comum; lembrando que artesanal não implica em ser ilegal ou clandestino.
Muitos produtos, especialmente queijos e peixes, são previamente temperados com ervas, como orégano, para depois serem colocados nas câmaras de defumação, para que assim, adquiram o sabor da erva.
A defumação, assim como a cura, reduz a Aw do produto, aumentando seu prazo de validade, e eliminando diversos organismos patogênicos.
O método de defumação pode ser interpretado como uma forma de tratamento térmico, e a maioria das câmaras de defumação utiliza de madeira como combustível, tendo tipos específicos para que não fique com aquele odor e sabor desagradáveis, sendo que o carvalho é uma das mais recomendadas.
A defumação é feita em locais chamados de “câmaras de defumação”, sendo que no Brasil, a forma de defumação artesanal ainda é bastante comum; lembrando que artesanal não implica em ser ilegal ou clandestino.
Muitos produtos, especialmente queijos e peixes, são previamente temperados com ervas, como orégano, para depois serem colocados nas câmaras de defumação, para que assim, adquiram o sabor da erva.
A defumação, assim como a cura, reduz a Aw do produto, aumentando seu prazo de validade, e eliminando diversos organismos patogênicos.
O método de defumação pode ser interpretado como uma forma de tratamento térmico, e a maioria das câmaras de defumação utiliza de madeira como combustível, tendo tipos específicos para que não fique com aquele odor e sabor desagradáveis, sendo que o carvalho é uma das mais recomendadas.
FRIO
O frio é um método muito utilizado tanto pra produtos crus quanto para produtos cozidos.
O congelamento da carne impede que as enzimas presentes na mesma comecem a “digerí-la”, estragá-la, tornando-a imprópria para consumo, e aumentando seu prazo de validade.
O congelamento também elimina diversos microrganismos patogênicos como bactérias e vírus e parasitos, como vermes e protozoários.
As câmaras frias não são gigantescas geladeiras, como algumas pessoas pensam, elas são feitas de acordo com a linha de produção e abate, sendo isoladas para não ter sua temperatura alterada e nem permitir a entrada de poeira e outros tipos de sujeira.
Para entrar nas câmaras, precisa-se de roupa especial, pois todas elas trabalham em temperatura muito abaixo de zero
Existem 2 tipos de congelamento, o rápido e o lento, sendo o rápido o ideal, pois forma cristais pequenos que não danificam as fibras musculares da carcaça, preservando assim suas características organolépticas.
O congelamento da carne impede que as enzimas presentes na mesma comecem a “digerí-la”, estragá-la, tornando-a imprópria para consumo, e aumentando seu prazo de validade.
O congelamento também elimina diversos microrganismos patogênicos como bactérias e vírus e parasitos, como vermes e protozoários.
As câmaras frias não são gigantescas geladeiras, como algumas pessoas pensam, elas são feitas de acordo com a linha de produção e abate, sendo isoladas para não ter sua temperatura alterada e nem permitir a entrada de poeira e outros tipos de sujeira.
Para entrar nas câmaras, precisa-se de roupa especial, pois todas elas trabalham em temperatura muito abaixo de zero
Existem 2 tipos de congelamento, o rápido e o lento, sendo o rápido o ideal, pois forma cristais pequenos que não danificam as fibras musculares da carcaça, preservando assim suas características organolépticas.
IRRADIAÇÃO
A irradiação talvez seja o método de conservação mais “mal falado” e sobre o qual mais gira lendas urbanas que existe.
Diferente do que já li e ouvi, o produto é irradiado com raios UV e não com material radioativo (algumas pessoas devem achar que as usinas nucleares têm algum setor especial pra isso, ou que alimento irradiado é aquele que tem nas mesmas usinas pros funcionários comerem), têm aparência normal e não uma luz verde fluorescente em torno deles.
Muitos produtos são irradiados atualmente, como leite, grãos/cereais e frutas.
A irradiação ”esteriliza” o produto, sem destruir os nutrientes existentes nele, eliminando os organismos patogênicos, detendo o processo natural de “apodrecimento” provocado pelas enzimas presentes nos produtos, pois são orgânicos, e aumentando incrivelmente sua vida útil.
Por exemplo, comparando milho verde não irradiado com milho irradiado, o primeiro tem uma vida útil de 3 a 5 dias, enquanto o segundo, tem vida útil estendida para 5 anos!
Todos os métodos de conservação têm suas vantagens e aumentam consideravelmente o prazo de validade dos produtos, mas na minha opinião, a irradiação é o método mais eficiente, porém, devido seu custo elevado, ainda não é usado pela maioria das indústrias.
Diferente do que já li e ouvi, o produto é irradiado com raios UV e não com material radioativo (algumas pessoas devem achar que as usinas nucleares têm algum setor especial pra isso, ou que alimento irradiado é aquele que tem nas mesmas usinas pros funcionários comerem), têm aparência normal e não uma luz verde fluorescente em torno deles.
Muitos produtos são irradiados atualmente, como leite, grãos/cereais e frutas.
A irradiação ”esteriliza” o produto, sem destruir os nutrientes existentes nele, eliminando os organismos patogênicos, detendo o processo natural de “apodrecimento” provocado pelas enzimas presentes nos produtos, pois são orgânicos, e aumentando incrivelmente sua vida útil.
Por exemplo, comparando milho verde não irradiado com milho irradiado, o primeiro tem uma vida útil de 3 a 5 dias, enquanto o segundo, tem vida útil estendida para 5 anos!
Todos os métodos de conservação têm suas vantagens e aumentam consideravelmente o prazo de validade dos produtos, mas na minha opinião, a irradiação é o método mais eficiente, porém, devido seu custo elevado, ainda não é usado pela maioria das indústrias.
SALGA
A salga tem o mesmo método de utilização da cura, porém só se utiliza de cloreto de sódio, o sal de cozinha.
O produto salgado mais conhecido entre os produtos cárneos é o salmão, porém, os queijos minas, branco, frescal, etc, também possuem métodos de salga.
A salga pode ser por meio de salmoura, ou seja, mergulhando o produto em uma solução líquida que contenha uma determinada porcentagem de sal por um detemrinado período de tempo.
Também existe a salga a seco, onde o sal é passado por toda superfície do produto e o mesmo vai absorvendo sal para a parte interna. Particularmente eu considero a salga a seco um tanto quanto ineficiente para queijos, uma vez que a camada de sal aplicada na superfície nem sempre é uniforme, e o centro da peça sempre fica com menos sal, mas já considero que sua funcionalidade seja mais eficiente em carnes.
Há também o método de “injeção” de sal no produto, que usa de uma máquina injetora especial, mas pouco sei sobre ele e nunca vi uma indústria que utilize esse método.
A salga, bem como a cura e a defumação, reduz a atividade de água, altera as características do produto, dificultando a proliferação de microrganismos patogênicos.
O produto salgado mais conhecido entre os produtos cárneos é o salmão, porém, os queijos minas, branco, frescal, etc, também possuem métodos de salga.
A salga pode ser por meio de salmoura, ou seja, mergulhando o produto em uma solução líquida que contenha uma determinada porcentagem de sal por um detemrinado período de tempo.
Também existe a salga a seco, onde o sal é passado por toda superfície do produto e o mesmo vai absorvendo sal para a parte interna. Particularmente eu considero a salga a seco um tanto quanto ineficiente para queijos, uma vez que a camada de sal aplicada na superfície nem sempre é uniforme, e o centro da peça sempre fica com menos sal, mas já considero que sua funcionalidade seja mais eficiente em carnes.
Há também o método de “injeção” de sal no produto, que usa de uma máquina injetora especial, mas pouco sei sobre ele e nunca vi uma indústria que utilize esse método.
A salga, bem como a cura e a defumação, reduz a atividade de água, altera as características do produto, dificultando a proliferação de microrganismos patogênicos.
Esse texto foi originalmente postado por mim aqui:
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=1277225&tid=5266290363497842006&start=1
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.a
4 comentários:
Lembro-me que meu avô tinha ums restaurantes em jardins e meu avô preparava presunto. Mas o cozinhava com sal. Demorava vários dias para se-cozinhar.
Como sera que o sal impede a proliferação de microorganismos , prolongando a sua preservação , em alguns produtos (charque por ex?)
Franciane, o sal atua desidratando os microorganismo, fazendo com que morram. O açucar e o mel atuam da mesma forma, desidratando também microorganismo. Não é conhecido e nem divulgado, mas o uso de sal (não recomendado pq faz arder), açucar e mel em ferimentos, impede a proliferação de bactérias e outros microoganismos, mas o inconveniente de utilizar esses dois últimos, é que depois de um tempo eles se dissolvem e fazem "melequeira". Mas é isso.
Excelente ! Obrigada...
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